sexta-feira, 7 de junho de 2013

Pensamentos de há algum tempo...

Há algum tempo tento redigir um texto para o blog... Para falar a verdade, há muito tempo! Rs.
Sempre deixo para depois, talvez por não me sentir à vontade na maioria dos momentos postergados. Inspiração para minhas composições aqui sempre demandaram um quarteto inseparável: tempo, (pelo menos) um bom motivo, paciência e mente sã. Acho que não consegui casar todos esses motivos juntos antes. Hoje estou tentando que eles se reúnam.


Pois bem, prezados leitores... estou percebendo que o tempo passa. E como passa rápido. Essa constatação pode ser idiota para muitos de vocês, mas para mim não. Nós sempre pensamos que certas coisas só acontecem com os outros - principalmente as coisas ruins - e nunca com nós mesmos. Ô, engano triste!
Ontem e hoje, sem dramatizações, venho experimentando o lado sombrio de estar só. Só, mesmo que estivesse num jogo de futebol com muita gente.
Sentir-se só é querer mudar o momento, pensar em ligar para alguém, e não ligar para ninguém pelos mais diversos motivos. Talvez também seja querer estar longe de tudo, num lugar diferente, mas não ter coragem por, principalmente, ter um dia equivocadamente se acostumado a fazer isso apenas com outras pessoas.


Por outro lado, eu louvo e aplaudo, até certo ponto, as pessoas que conheço que aprenderam a lidar e conviver apenas consigo mesmo e, 'pior' ainda, quererem continuar sós por questões variadas. Mas eu sei que este sentimento não casa com a minha pessoa. Nem a jurídica, quiçá a física! Rs.


Agora, atenção: sentir-se só não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... isto é carência.
Sentir-se só não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... isto é saudade.
Sentir-se só não é o retiro voluntário que a gente se impõe às vezes, para realinhar os pensamentos... isto é equilíbrio.
Tampouco é a pausa involuntária que o destino nos impõe compulsoriamente, para que revejamos a nossa vida... isto é um princípio da natureza.
Sentir-se só não é o vazio de gente ao nosso lado... isto é circunstância.
Sentir-se só é muito mais que isto... é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão, pela nossa alma.

Na verdade, na verdade, a maior confusão do sentir-se só é com a carência. Conforme dito acima, todos nós quando estamos assim geralmente pensamos em alguém especificamente e queremos estar com essa pessoa. Ruim é quando sabemos que não podemos e/ou não estaremos por motivos diversos. E põe diversos motivos nisso! É aquela sensação de que só com aquele alguém você irá estar se sentindo preenchido de verdade, mesmo que não haja qualquer colocação verbal entre vocês. Até porquê a presença já é suficiente para se tornar tudo perfeito.


O motivo desse 'estar só' é diverso, mas a maioria sempre recai sob nossa responsabilidade e/ou nossas ações.
E onde entra o tempo, exemplarmente citado lá no início? Ora... isso talvez seja mais simples de compreender do que se pensa. O tempo entra quando deixamos passar diversas oportunidades na vida pelos mais variados motivos. E, na maioria das situações, a vida não lhe permite recuperação. Passou, passou... perdeu, perdeu. E um abraço!


Nestes últimos dois dias venho pensando quantas chances passaram, quantas oportunidades surgiram e foram desperdiçadas e onde se poderia estar e não se está por pensamentos equivocados e ações divergentes às necessárias para cada momento. Isso realmente entristece e incomoda. Muito. Uma sensação de vazio, impotência, fracasso e descrença surge e é difícil de lidar e conviver. É necessário muito equilíbrio e razão para seguir em frente e continuar acreditando que a vida vale mesmo a pena. (Sem pieguice, pelo amor de Deus! Apenas uma constatação!)


Quantas vezes cada um de vocês não se sentiu sem rumo e sem saber por onde seguir? Não existe este ser forte, por mais que se diga forte e acredite que seja forte porquê não tem espaço pra fraquejar na vida, que não tenha sentido isso. Acreditamos que o caminho que percorríamos era o correto e, de repente, puft!... Tomamos um solavanco e vamos parar lá no fim da fila, como diz o ditado.
Quantos de nós não gostaríamos de ter um lápis e borracha para escrevermos nossa própria trajetória e, em caso de algo dar errado, poder dar 'reset' e reescrever? Hoje a sensação que se passa em minha cabeça e meu coração é essa. Talvez o resultado depois das ações é que, diante de tantos erros, tantas atitudes equivocadas, a vida teve 'pena' e acabou nos colocando num caminho tranquilo (mas dificilmente correto). Tipo como se estivéssemos descendo uma ladeira imaginária, levemente inclinada, sem fim, e num carrinho sem freio... Ou então se estivéssemos num barquinho sem motor num mar com uma brisa o suficiente para impulsionar a vela numa velocidade baixa e constante. Ou seja, a chance de nos acidentarmos não é tão grande, mas a de voltarmos atrás em tudo é quase impossível. Uma posição incomodavelmente cômoda.

Como a vida é muito mais dura do que essa 'poesia melancólica' retratada acima, só temos duas alternativas: ou continua sentado no carrinho ou no barquinho deixando a vida levar na maresia e sem maiores pretensões, ou pula de repente e tenta mudar alguma coisa. Questão de risco. Feridas ocorrerão. A questão é sua e o risco também. Mas para mudar qualquer coisa, o risco é necessário. Perdas muitas vezes ocorrem. Mas em algum momento ocorrerão ganhos também. O negócio é que o risco nos deixa vulnerável, impaciente e sempre irá nos tentar a não ter calma e/ou desacreditar do projeto que fazemos para determinado momento. E só de pensar em ficar vulnerável a gente reluta em arriscar na vida. FATO!

Agora acabei de ler uma mensagem que um amigo meu sempre diz "(...) Coloque Deus e sua família em primeiro lugar em tudo! Ponto. (...)". Este talvez seja o melhor ponto de partida para o momento. Manifestações da presença de Deus e de sua colocação em nossas vidas é que não faltam. Como eu mesmo digo sempre, NENHUMA religião (eu disse NENHUMA) é a precursora ou mentora (ou seja calacafô) da presença de Deus na sua vida. O que é necessário é crer na existência dele, acreditar, agradecer nos momentos de alegria para ter razão de pedir auxílio nos momentos difíceis.

Isto posto (como diria outra pessoa muito querida), é hora de acordar e tentar viver a vida de um jeito diferente. Sem promessas, mas com idéias na cabeça. Sem prazos, mas com vontade de tentar vencer de uma forma diferente. Sem cobranças, mas com otimismo e um sorriso no rosto sempre que possível.
Afinal, se recebemos o dom de estarmos aqui nesse mundo, vamos parar de se maldizer, de maldizer o semelhante e maldizer das dificuldades. As dificuldades existem para que as enfrentemos e aprendamos com elas, nos tornemos mais sábios. E não adianta: essa sabedoria não vem dos livros.

Coragem para lidar com as perdas e retirar de nosso caminho aquilo que não nos serve.
Determinação para cumprir o que se pensa.

E vida... vida e amor para poder estar feliz.

Se isso acontecer, tudo fica bem.